AGRICULTURA/ ASSISTENCIA
“Biocombustíveis não são vilões da inflação”, diz presidente da CTE na Câmara

O debate sobre os impactos dos biocombustíveis na inflação voltou à tona nos primeiros meses de 2025, com o governo atribuindo parte da alta de preços a esses produtos. Para o deputado federal e presidente da Comissão de Transição Energética da Câmara dos Deputados, essa narrativa é equivocada e pode prejudicar a implementação de políticas estratégicas para o setor.
Ele destacou que a tentativa de vincular biocombustíveis ao aumento do custo de vida contrasta com a recente sanção da Lei do Combustível do Futuro, que atraiu R$ 200 bilhões em investimentos para ampliar a participação de combustíveis renováveis na matriz energética brasileira. “Não podemos deixar que a polêmica ‘food versus fuel’, criada na Europa, atrapalhe o avanço das energias renováveis no Brasil”, afirmou.
O parlamentar rebateu a ideia de que o Brasil enfrenta uma competição por terras agricultáveis como ocorre na União Europeia. Ele apontou que, enquanto países como Dinamarca, Irlanda e Países Baixos destinam mais de 60% de seus territórios à agricultura, o Brasil utilizou apenas 9% de sua área para a produção agropecuária em 2024. Além disso, há cerca de 159 milhões de hectares degradados, dos quais 36 milhões poderiam ser recuperados para a produção de alimentos sem comprometer biomas preservados.
A alta do óleo de soja, segundo o deputado, não tem relação com a produção de biodiesel, mas sim com fatores como a quebra de safra devido a questões climáticas e a valorização do dólar. Ele lembrou que, durante a pandemia, o preço do óleo de soja disparou e, em 2023, registrou uma deflação de 36%. No entanto, com a safra recorde de 2024/25, a tendência é de acomodação nos preços, o que deve aliviar a pressão sobre os custos dos alimentos.
O mesmo ocorre com o milho. O parlamentar destacou que o aumento da produção de etanol de milho não impactou os preços dos alimentos, pois os estoques do grão no Brasil permanecem em níveis confortáveis. “Nosso mercado segue alinhado ao internacional, e o crescimento da produção de biocombustíveis não compromete a oferta alimentar”, ressaltou. Ele também destacou a importância da “safrinha”, que aumenta a oferta do grão sem afetar os preços e permite que o país produza energia renovável sem prejudicar a segurança alimentar.
Outro ponto criticado foi a decisão do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) de reduzir a adição de biodiesel ao diesel fóssil de 15% para 14% (B14), medida que entrará em vigor em março. Segundo o deputado, o argumento de que essa redução evitaria impactos nos preços dos alimentos não se sustenta, uma vez que há oferta suficiente de soja no mercado. “O Brasil produziu 147,38 milhões de toneladas de soja em 2024, mas apenas 54 milhões foram esmagadas para biodiesel. Além disso, o biocombustível reduz as emissões de gases de efeito estufa em até 80%”, afirmou.
O parlamentar também mencionou a importância do aumento da mistura de etanol na gasolina. No dia 17 de março, o Ministério de Minas e Energia apresentará os estudos do E30, que prevê a elevação do percentual de etanol na gasolina de 27% para 30%. “Isso tornará o Brasil autossuficiente em gasolina. Manter o percentual atual passa uma mensagem negativa ao mercado e pode frear investimentos em biocombustíveis”, alertou.
Para o presidente da Comissão de Transição Energética, os biocombustíveis são a alternativa mais custo-efetiva para a descarbonização e representam uma grande oportunidade para investimentos e geração de riqueza. “Não abriremos mão disso. O Brasil tem uma vantagem competitiva única no setor, e precisamos consolidá-la”, concluiu.
Fonte: Pensar Agro


AGRICULTURA/ ASSISTENCIA
Mapa recebe proposta do Plano Agrícola e Pecuário 25/26 da CNA

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) recebeu o documento com a proposta do Plano Agrícola e Pecuário 2025/26, elaborado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). A entrega foi realizada nesta quinta-feira (24) pelo diretor técnico da CNA, Bruno Lucchi, ao secretário de Política Agrícola, Guilherme Campos.
A proposta reúne dez pontos prioritários para o agronegócio e o produtor rural, com o objetivo de contribuir para a elaboração do Plano Safra 2025/26, que visa apoiar e financiar a produção agropecuária no Brasil.
Na ocasião, o secretário Guilherme Campos destacou a importância da parceria entre o Mapa e a CNA na construção do próximo plano. “É fundamental que a principal entidade do setor esteja ao lado do Ministério, trazendo suas preocupações e fazendo apontamentos, todos eles pertinentes, os quais serão considerados na concepção do Plano Safra. Tenho certeza de que será mais um grande plano”, afirmou.
Além da entrega do documento, os representantes discutiram as principais pautas e dificuldades enfrentadas pelos produtores rurais, com foco na definição dos recursos para custeio, investimento e seguro rural. Para o Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR), a proposta prevê uma maior abrangência, além de incentivar o financiamento por meio de linhas dolarizadas.
O diretor técnico da CNA, Bruno Lucchi, ressaltou que o Mapa é o principal interlocutor dentro do Governo Federal para a apresentação das prioridades dos produtores rurais. Segundo ele, o documento foi elaborado com base em uma análise abrangente de todas as regiões do país. “Estamos dispostos a somar esforços com o Mapa para levar ao produtor rural a melhor proposta possível. Temos um amplo espaço para desenvolver medidas que aumentem a competitividade, garantindo que a política pública, que é essencial para o setor, chegue ao produtor de forma eficiente, sem se perder em custos de transação”, afirmou.
O documento foi construído em conjunto com federações de agricultura e pecuária, sindicatos rurais, produtores e entidades setoriais, a partir de encontros realizados com representantes das regiões Norte, Nordeste, Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia).
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